A palavra "ciência" deriva do latim scientia (de scire), saber. Embora já tenha englobado todo o saber e conhecimento, actualmente é um subconjunto deste, embora de uma importância e vastidão enormes. Para colocar o assunto que nos interessa em contexto podemos dividir o conhecimento em quatro categorias:

 


A característica distintiva da ciência experimental é termos algum controlo sobre as condições em que as observações são efectuadas. A física é um dos principais exemplos duma ciência em que se pode regular variáveis experimentais tais como a temperatura, a pressão, etc. Esta capacidade de controlar as condições em que se fazem as observações é uma das razões porque estes assuntos se têm desenvolvido extraordinariamente nos últimos séculos.


A astronomia é um exemplo duma ciência em que se pode fazer medidas mas sem grande controlo sobre a fonte das observações. Por exemplo, a radiação do Sol tem sido observada e estudada, em muitos os comprimentos de onda e com grande detalhe, tendo-se recolhido imensa informação sobre a sua estrutura e a sua química nuclear, mas temos que aceitá-la tal como é. Podem-se desenvolver teorias que, para serem classificadas como científicas, devem ser quantitativas e comparadas com as observações.


As quasi-ciências podem ser representadas por assuntos como a psiquiatria ou a sociologia. As experiências controladas são praticamente inexistentes, e, embora se possa efectuar observações não é possível testá-las com teorias quantitativas. Pode-se fazer modelos de como o cérebro ou a sociedade funciona, mas estes não possuem a objectividade e a capacidade de previsão necessárias para serem classificadas como ciência.


A arte, música ou literatura não têm nenhuma pretensão de serem científicas, e não são menosprezáveis por isso. A ciência e a tecnologia podem ajudar a criar equipamento útil naquelas actividades mas o seu conteúdo é mais artístico do que científico.


(pjmendes@fis.uc.pt)